3.3.08

Destino: Centro - Parte III

OU: DA BUROCRACIA BURRA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

De verdade que eu tinha saído feliz do Poupa Tempo e da rapidez com a qual fui atendida. Daí me perdi um pouco pelos meados das ruas pequeninas que cercam a Sé, quase foi atropelada por um motoqueiro louco, e achei o prédio central da Caixa após pedir ajuda prum guardinha antipático e péssimo da Guarda Civil Municipal.

Muito bonito o prédio da CEF lá na Sé. Histórico, abriga lá dentro um centro cultural. Escadarias antigas, janelas antigas, aquele mármore que não acaba mais... uma coisa linda de deixar qualquer mortal em busca do Bolsa Família abismado.

Pois bem. Mas eu estava em busca do meu FGTS. E como foi demorado consegui-lo... Primeiro me indicaram o andar errado, o primeiro andar. Segundo, cheguei no andar certo, o terceiro, e fiquei na fila porque na teoria dos carinhas da porta do andar eu precisaria necessariamente ter o protocolo do meu Cartão Cidadão para prosseguir com o saque. Fiquei na fila, pedi o tal do cartão, chega em 30 dias na sua casa, ok entrei no banco. Não tinha muita fila para os caixas, então logo fui atendida. A moça foi bem gentil e eficiente (uma rara Nilma na CEF), me garantiu de pés juntos que não, eu não preciso do protocolo do Cartão Cidadão para sacar meu FGTS.

MAS tinha um probleminha (porque óbvio que além de perder 40 mins na fila do desnecessário Cartão Cidadão, algo a mais também precisaria dar errado). O nome da minha mãe estava registrado no meu PIS com um "NA" a mais. Lá ela era Mariana Cristina, e não Maria Cristina. "Não posso pagar seu FGTS como essa informação errada". Coloco a máscara "loser do labirinto da burocracia" na cara e desço pro primeiro andar, no balcão de informações, onde poderei corrigir esse dado. Tive também que pedir o cancelamento do meu Cartão Cidadão, porque nele o nome da minha também estava errado, já que tinha tomado como base a informação do registro do PIS.

Desço bufando as escadarias, com um mau-humor que nem cabia dentro de mim de tão intenso. Me fez abrir um sorriso o telefonema do amigo querido vizinho e irmão de fé e sei lá mais o que falando que ele estava me esperando pro almoço.

1o andar, balcão de informações, burocracia pública daquela maior má vontade do mundo inteiro. Mais 27 minutos na fila, cronometrados e justinhos (só tinha duas pessoas na minha frente, essa informação é bastante relevante para enfatizar o pé no saco). Tiro o "NA" a mais do nome da minha mãe e saio em disparada pro almoço, porque já era tarde, eu estava faminta, e almoçar seria um belíssimo dum prêmio merecido àquela altura do campeonato.

Almoço e volto, ânimos refeitos, nome da mãe sem o "NA" a mais, e decisão de que seria sim uma boa refazer o Cartão do Cidadão porque com ele eu só precisaria ir a uma lotérica qualquer para sacar o Seguro-Desemprego.

O cara do Cartão-Cidadão riu da minha cara ao me ver entrar na fia de novo. Na minha frente na fila, uma senhora bem velhinha e com cara de mãe de família chora ao ver o cara rasgar o cartão do Bolsa Família dela. Aparentemente ela tinha demorado um tempão para conseguir um daquele, mas daí o endereço residencial dela mudou e ele achou justo que ela esperasse mais seis meses pelo cartão dela do Bolsa Família.

Pois bem, refiz o Cartão Cidadão, mesmo sabendo que esse protocolo era desnecessário para o saque do FGTS. Entro na fila do caixa, e lá se vão outros 53 minutos... (sim, porque afinal quem está lá naquela fila é porque não tem mais nada para fazer da vida a não ser tirar o dia para brincar de labirinto da burocracia da CEF). Saco o tal do FGTS, pago os 14 reais (assalto!) de doc pra minha conta, e saio de lá correndo.

Correndo, correndo, correndo, como o diabo foge da cruz, torcendo para nunca mais voltar - a não ser que tenha alguma exposição legal lá no Centro Cultural.

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