9.2.06

Presentinho de 2006

Dentre muitos presentes que 2006 me trouxe, tem um especial que eu queria mencionar aqui.

É uma amiga nova.

Conversamos direito pela primeira vez numa daquelas confraternizações de final de ano, embora tivéssemos estado em diversos eventos juntas ao longo de 2005. Mas na confraternização de final de ano descobrimos que passaríamos o Ano Novo no Rio. E foi aquela coisa: troca telefone, adiciona no orkut, adiciona no MSN.

Não conseguimos nos encontrar no Rio. Mas o Ano Novo foi muito bom para as duas. Desde então, temos nos falado pelo MSN com uma frequência realmente frequente, e tentado marcar um encontro de carne e osso que nunca é possível mas que algum dia será possível.

Ela é uma admirável amiga nova, a quem estou aprendendo adorar, e cujas pequenas e cotidianas lições de vida fazem uma diferença.

À Boneca de Pano, o meu muito obrigada!

Relações Perigosas

É engraçado.

Não sei se porque tenho o meu irmão, com quem convivi muito perto durante a infância e a adolescência;
ou se porque tenho meu primo apenas e exatamente um ano mais novo, com quem cresci junto dividindo tudo;
ou se porque tenho meu pai, que faz desnecessária qualquer descrição ou definição;
ou se porque aprendi que "meninos não mordem" (fora os três acima, que eu sempre soube que não mordiam) com um carinha muito especial no trem de Paris à Veneza, em julho de 99, que continua sendo um grande amigo;
ou se porque fazer trabalho em grupo, na época de escola, era muito melhor e mais fácil com os meninos do que com as meninas - tendência que se confirmou na faculdade, quando meu único dez em um seminário foi na vez que fiz o grupo eu de menina e mais seis meninos;

... não sei porque. Mas acho as relações entre as mulheres, uma coisa perigosa. Não me excluo disso, na verdade faço uma auto-crítica também.

Mas o fato é que tudo que é com mulher é tão mais difícil...

Tem sempre uma picuinha, um vingancinha, uma coisa de jogar coisas na cara. São, digamos, "agentes dificultadores de relações".

Parece que mulher tem que estar sempre competindo. Uma tem que ser sempre melhor do que a outra. E daí eu paro e penso: me deixem em paz!

Acho que sou meio masculina com relação a isso: FACILITEM A VIDA!

Nunca vi bicho que complica melhor do que a mulher.

Quando eu fazia trabalhos em grupo com as meninas, ficávamos talvez uma tarde inteira discutindo qual a cor da canetinha para preencher as letras gordinhas (sim, sempre tinha que ser letras gordinhas, daquelas "recheáveis"). Com os meninos, era basicamente: ver o conteúdo, dividir as funções, marcar um dia para juntar tudo e montar a apresentação - ponto final.

No further complications, Mr., please.

O fato é que estou nessa fase... meio que de asco das companhias femininas. Ou talvez de asco das companhias femininas que complicam. "Vamos ao cinema?" é uma pergunta que permite duas - e note, apenas duas - respostas possíveis: sim e não.

"Estou triste que não vou mais ao show dos Stones" é uma observação que permite um comentário à la: que pena que você não vai, se você queria tanto ir. Não permite um sermão; nem a "fórmula da boa filha"; nem lições de auto-estima; nem nada de outras coisas.

Mulher é um bicho complicado.

Às vezes tenho a sensação que, por mais que eu goste de uma amiga e que ela goste de mim, dependendo da amiga ela sempre vai ficar feliz porque alguma coisa deu errado na minha vida e daí eu não farei algo a mais do que ela.

Note: o ponto não é que eu tenho uma amiga que torce para que as coisas dêem errado. O ponto é que eu tenho uma(s) amiga(s) que torce para que nada do que eu seja e faça e pense e sinta seja diferente (não diferente - "a mais", no ponto de vista e na escala de valores particulares dela) do que ela tem na realidade dela.

E aí, tudo que é diferente ("a mais") e importante é legal para mim, sim, se torna muito ruim e muito pior para ela - de maneira a fazer com que uma tristeza, uma fraqueza minha, abram portas não para um apoio e uma consolação, e sim para uma sermão, uma bronca, e uma discussão filosofica transcedental surreal e desnecessária.

Mulher é um bicho complicado.

E uma das coisas nesse mundo da qual eu mais sinto medo é olho gordo.

ps.: independentemente do olho gordo, outra coisa que me incomoda demasiadamente são mocinhos (heteros ou homos, sem preconceito algum) que pensam como mocinhas no quesito: vamos ao cinema? Talvez, não sei, preciso pensar. Meu, facilita! Sim ou não?

ps.2: SARAVÁ, SARAVÁ!