31.10.07

Essa vida surreal que me acomete

Bom, há uma semana eu escrevi diretamente da véspera do meu aniversário. Dessa vez, vou falar do jeito surreal que começou meu 25o ano de vida.

Sem falar especificamente do aniversário, mas falando ao mesmo tempo...

- fiquei de ponta cabeça na aula de yoga e dessa vez foi muito bom
- dei meu cabelo para a cabeleleira e disse: faça o que você quiser
- Londres veio em minha direção, com frio e chuva
- inventei que semana que vem começaremos desde já as happy hours de Natal. A idéia foi aceita unanimemente.
- tive um dia e tanto de metamorfose
- a metamorfose resultou em inúmeras capas da Vogue
- recebi um telefonema bêbado às 04 da manhã
- saí de casa às 04 e meia da manhã pra ir pra balada
- dancei e dancei e dancei e foi demais de bom e me diverti em excesso com quem eu sinto muitas saudades
- todos estavam fantasiados de Haloween e eu ficava vagando entre aquelas pessoas estranhas fantasiadas...
- o álcool tem sido um companheiro muito presente em tudo ultimamente
- inovei e usei frente unica - ainda por cima, dourada
- fiz discurso publico e improvisado em dia de ressaca
- achei passagem aérea pro Rio a R$ 100,00 e dái comprei
- tô me achando a "sensação" nova capa da Vogue - os cariocas que se cuidem!
- ao mesmo tempo, não queria por nada estar solteira, aiai...
- amanhã, venho trabalhar de mala e cuia e tenho happy hour diretamente no BG

Tá bom ou quer mais?

24.10.07

Cronologia e Véspera

Sempre gostei de fazer aniversário, historicamente, na minha vida.
De criança, passava o ano esperando chegar o dia do aniversário.
Ficava o ano inteiro combinando com a minha mãe qual seria a decoração da mesa do bolo - mesa que ela mesma decorava e montava e era linda e perfeita. Teve alguns aniversários no clube, com direito a monitores e crianças correndo muito por todos os cantos. Outros aniversários foram comemorados na escola. Sempre sempre sempre teve bolinho para a família, todos os anos, sem exceção.

Teve o de 12 anos, meu primeiro bailinho, no salão de festas do meu prédio, com sanduíches de metro e um DJ com todo o aparato de DJs, que era tão na moda naquela época dar festa com DJ.

Depois teve o de 13 anos, que fomos pro boliche e depois comer no Fridays, eu, a Ana Banana, a Dani e a Carol.

O de 14 anos foi um jantar lá em casa, só de meninas - e éramos umas 20 - comendo strogonoff em um sábado que eu saí desesperada para comprar um vestido novo para usar no meu jantar. Aquele vestido, laranja, de crepe, só foi usado uma vez na vida. Hoje em dia quando eu olho, eu penso: como eu pude usar isso??

Quando fiz 15 anos, foi uma crise só. Eu estava no auge da minha aborrecência, quando eu usava - para desespero da minha mãe e da minha avó - calça big e coturno. Não quis festa de debutante comment il fault, mais uma decepção para a minha mãe, e acabei fazendo mais um bailinho no salão de festas do meu prédio. Quase tive meu primeiro beijo na boca nessa festa, com um amigo do meu primo que era lindo maravilhoso e tinha os olhos verdes. Mas não foi dessa vez que meu primo, o ciumento, baixou a guarda... A questão da bebida alcoólica era um tabu - pode, não pode, o que pode, quanto pode, e me lembro que meus pais ficaram deveras tensos com isso. No final da festa, lá pelas 4 da manhã, ficamos subindo e descendo de elevador e causando, e tudo aquilo pareceu muito divertido àquela época. No domingo, pais corajosos e fortes, fizemos a reunião da família. Tudo um dia seguido do outro. Loucura.

Nos meus 16 anos nem salão de festas quis, e chamei todo mundo lá pro apê mesmo. E foram MUITAS pessoas, aquela coisa de primeiro colegial, todo mundo é amigo de todo mundo... A bizarrice mor desse aniversário foi que o pessoal do Gracinha tinha combinado entre si, sem me avisar, de que seria festa do pijama... e foi a coisa mais divertida do mundo!! Meus amigos que não eram do Gracinha pegaram pijamas emprestados lá em casa, e foi demais.

Os 17 anos foram um almoço em um belo domingo ensolarado, lá no apê, e para mim naquele aniversário as estrelas principais eram os amigos da Inglaterra, que vieram em peso - o que fez com que eu mal desse atenção pros amigos do Gracinha, pros primos, e etc. Mas foi delicioso do mesmo jeito.

Meus 18 anos, em anozinho traumático, foram demais. Estava saindo do Gracinha, tinha largado o cursinho, minha mãe estava com câncer, fazendo mil cirurgias e mil tratamentos... daí eu ia na pré-estréia de um filme com o Alec Baldwin com a Laís, só que a gente tinha que se arrumar na casa dela antes, e depois passar na minha casa para a minha mãe aprovar o look. Quando entramos na minha casa, qual não foi minha gigantesca surpresa: todo mundo estava lá!!! E eram tantos os amigos... eram muitos e muitos e muitos!!! Minha mãe, sabendo que eu estava tristoinha naquele ano, arranjou forças sei lá de onde, para organizar uma festona surpresa pra mim. Foi demais. Minha única festa surpresa até agora, mas demais meeeeesmo!!

Os 19 anos foram uma loucura. Primeiro ano de PUC, vivi na pele bem aquele amadorismo de bichete. Passei nos intervalos distribuindo papeizinhos com os dizeres: "Festa da Mari Chammas, dia tal, hora tal, endereço de casa, bebida de graça". Era de uma quarta pra uma quinta. Minha casa encheu de gente de um tanto que tinha fila pro banheiro, fila pro elevador... isso tudo e meu pai tentando dormir pra ir trabalhar no dia seguinte, meu irmão tendo que ir pra escola no dia seguinte, e minha mãe notívaga master acordadona conversando com todo mundo. Daí teve gente que se trancou no meu quarto e meu pai foi bater na porta... e quando acabava a bebida eu acordava meu pai pra ele ir comprar mais se não as pessoas iam embora... e miiiiiiiiiiiiiiiiil pessoas que eu nunca vi na vida... e todo mundo falando, bebendo, sentado no chão, arrastando os móveis... Lá pelas 5 da matina, quando meu pai se negou a ir comprar mais 4 caixas de cerveja e duas garrafas de vodka, a festa começou a minguar... No mesmo ano ainda celebrei na 5a, com um bolinho para a família, na 6a fui jantar com amigos do colegial, e no sábado fui na baladinha com os sobreviventes da maratona de aniversários.

Os 20 anos foram no 2o ano de PUC. Um ano difícil, eu estava com uma mega depressão. Teve churrasco do Pedrinho no dia do meu aniversário, o que foi bem gostoso, e saindo de lá passei em casa prum banho e barzinho - foi no Dalí. Dancei "Dancing Queen" com a Lu, paguei mico pra todos os meus amigos e pro bar inteiro, passei a noite inteira delirando que alguma hora por alguma coincidência celestial o Bruno Claudio aparecia por lá. Não apareceu, e eu voltei triste tristonha para casa.

Os 21, jantar árabe no salão de festas, bexigas e amigos e foi muito bom mesmo!!

22 anos e último ano de PUC... comemorei em um domingo após um final de semana muito pauleira: aniver do Rodri na 6a, Camaleão Fest no Estância no sábado, e meu aniversário no domingo. Estava só o pó no meu aniversário, em um barzinho, com a presença de mil queridos do coração. Mas estava tanto o pó, que na 2a indo trabalhar bati meu carro de um jeito muito muito muito feio. Enfim, cousas da vida...

23 anos e primeiro ano sem PUC: jantar árabe no salão de festas de novo, e a vida estava mudando tanto e de um jeito tão rápido... minha amiga das mais lindas do mundo me ligou diretamente de Kathmandu, Nepal. O mocinho que eu estava a fim na época apareceu - com outra mocinha!! Todo mundo com flores por todos os lados - as meninas, com flores no cabelo. Os meninos, com flores na lapela. E vejo flores em você!! A festa foi uma delícia... mesmo com a micro esparrelinha. O dia do aniversário em si foi demais de legal, todo mundo me ligou, e eu - que tinha tido um inferno astral dos piores - me surpreendi com a delícia que é fazer aniversário!

24 anos em um dos melhores anos da minha vida. Não tive inferno astral porque resolvi riscar esse conceito do meu calendário. Meu "Mr. Big" à época me ligou da Argentina para fazer meu aniversário feliz bem no fim da noite, quando eu não achava mais que ele ia me ligar. Teve baladinha da Pucci, festa da IBM, e foi ridiculamente divertido. E teve aniversário do LG no dia seguinte - e eu, só no pique de continuar a celebrar. Na sexta, meu aniversário no Geni - e meudeusdocéu, como eu fiquei bebinha nesse aniversário! Sábado e feijuca na minha avó - emendando ressaca com caipirinha. À noite, ainda levemente alcoolizada, fui descontrolar nas compras e movimentar a economia. E no dia seguinte, ufatch, aniversário com a família e bolinho e dia de segundo turno de eleições e mil discussões políticas acaloradíssimas.

Esse ano só tem como o meu aniversário ser bom. Não existe outra possibilidade. Mas isso depois eu conto. Só sei que esse friozinho na barriga em véspera de aniversário é realmente muito gostoso!!

23.10.07

Ele é perfeito

- Brasileiro
- 27 anos
- Solteiro
- Bem sucedido
- Mora em NYC a trabalho
- Trabalha em um grande banco
- No duplex em Tribecca, na sala, uma TV de plasma de 72 polegadas
- Bom partido
- Fofo
- Engraçado
- Bebe (do verbo beber)
- É romântico

A partir da lista de características acima, me disseram que ele é perfeito.
Bem, eu não chego a conclusão nenhuma com essas características. Ele pode mesmo ser perfeito, assim como pode ser mais um dos tantos merdas que vagam pelo mundo.

Resumo: precisa ser algo medíocre uma pessoa que chega à conclusão de que um cara é perfeito com base na lista acima de "qualidades".

Desafio: defina "perfeição".

Crise existencial: alguém de fato busca a perfeição e o cara perfeito? Alguém em sã consciência tem a "perfeição" como objetivo final de uma vida feliz?

Música: we're never gonna survive unless we get a little crazy.

Ou: o oposto da perfeição conforme retratada acima.

Amarga, eu? Hoje, talvez.

18.10.07

I look at all the lonely people

Where do they all come from? Where do they all belong?

E você? De onde você vem, para onde você vai, a o que você pertence?

Eleanor Rigby é a rainha das músicas de solidão. Minha ídola, teve seu recolhimento cantado pelos Beatles e isso deve ser motivo de orgulho.

Ela pega o arroz da porta de igrejas após um casamento... ela vive em um sonho.

Quantos de nós não temos um pouco de Eleanor Rigby dentro e no fundo?

Eu sei se onde vim, sei onde estou, não sei para onde vou, e não sei se pertenço a algum lugar. Sei que não pertenço a ninguém que não seja eu mesma.

E sei que aqui dentro do casulinho está gostoso e quentinho, embora às vezes ele fique escuro, umido e frio.

Quero meu próprio colo. Quero mexer minhas mãos na dança de ventre e admirar cada movimento leve, bonito, delicado. Quero comer o chocolate crocante de coração que ganhei da amiga do peito. Quero descobrir que tenho 53 pares de sapato.

Quero ter um ataque de riso bêbado caída nos paralelepípedos irregulares de Paraty.

16.10.07

Alopatia

Sintoma: febre alta e dor nas costas.
Medicamentos: Novalgina e Dorflex.

Sintoma: dor no estômago resultante da Novalgina e do Dorflex; excesso de sonolência.
Medicamentos: algum remédio para melhorar dor de estômago e algum remédio à base de cafeína para dar uma acordada básica.

Sintoma: o remédio para dor de estômago fez com que a unha do dedo do pé caísse, e o remédio de cafeína causou insônia por três dias e três noites seguidas.
Medicamentos: remédio à base de cálcio, para segurar a unha do dedo do pé; maracujina para passar a insônia.

Sintoma: o remédio à base de cálcio para evitar que a unha do dedo do pé caísse causou avermelhamento e irritação em todas as juntas; a maracujina causou princípio de depressão.
Medicamentos: remédio à base de mercúrio e petróleo, que amorteceu as juntas avermelhadas; Prozac.

Sintoma: queda de cabelo causada pelo forte amortecimento das juntas; aceleração mental causada pelo Prozac.
Medicamento: peruca e prótese cerebral.

Exageros à parte, a moral da história é: uma vez que você entra no mundo high on drugs da alopatia, dele você nunca mais sai.
Cada medicamento sempre terá efeitos colaterais e para esses efeitos colaterais sempre haverá medicamentos que os curem mas que causem outros efeitos colaterais e assim por diante... até que o paciente enloqueça.

Estou à beira da loucura.

Mais sobre o me(sm/d)o

Nada. Só que ele tá aí rondando.
Sei lá eu medo de quê.
Medo desse mau humor que me acomete quando estou doentinha.
Medo dessa carência e desse vazio e dessa tristezinha latente que ronda por aí.
Medo dessa falta, mesmo que temporária, de colo de mãe.

Me empresta sua mãe?

Precisa ser quietinha e me entender e me deixar chorar em silêncio e não ficar mais desesperada do que eu já fico quando as coisas ameaçam ser meio cambaleantes... Também precisa, como seu cafuné, me convencer mesmo que sem argumentos que as coisas vão dar certo. Precisa me reconhecer de longe mesmo que de olhos fechados e precisa reconhecer minha voz mesmo que com fones de ouvido e música alta. Precisa saber, de acordo com o movimento das minhas pestanas, o que eu quero.

Precisa ser minha mãe...

15.10.07

Ainda sobre Pepeu Gomes

Virou nossa música do feriado.

Para quem conhece a música, é muito fácil ficar com ela na cabeça. E como ela ainda estava na cabeça no feriado, lá em Paraty toda parada silenciosa vinha a música incidental na cabeça de alguém e começávamos: ser um homem feminino não exclui o meu lado masculino... se Deus é menina e menino, sou masculino e feminino!

Muito engraçado.

Daí hoje quem estava nos EUA voltou dos EUA e ele sim, aqui no time, conhecia essa música, e daí eu fui um pouco menos zuada por quem trabalha comigo. Ah, e essa música devidamente entrou como música incidental na cabeça dele... e vai fazer quase uma semana que ela não sai da minha cabeça!!

Tô procurando outra música incidental.
Sugestões são aceitas.

A formiga, a cigarra, o vinho, a chuva, a mochila, os deuses, a farra, o céu, a guitarra e o medo

"Você não vai voltar pra essa vida maluca das pessoas do mundo, das formigas tentando se esconder da chuva.
Moça, eu sei que não é legal ficar sozinha quando o velho medo vem e essa noite (...) é tão fria. Me passe a garrafa de vinho?
Sim, eu posso ver, os tempos têm sido maus com você.
Mas os deuses, eles sabem que valeu a pena segurar essa barra.
Moça, o céu é seu amigo enquanto durar essa farra... e você depois é mesmo o tipo de cigarra que canta na chuva.
Dance, mochileira, que eu toco a guitarra."

Almir Sater, Mochileira.

E definitivamente não é legal ficar sozinha recebendo a visita do velho medo em uma noite fria...

11.10.07

Hoje eu volto pra lá

Hoje eu volto para lá, para aquela cidade que me traz todas as lembranças mais maravilhosas, para aquele cantinho do mundo onde conheci o Michael Stype em um momento mágico e engraçado, para aquele gostinho bom de saudades de quando eu viajava com os meus pais passar férias maravilhosas...

Saudosismo, definitivamente. E dessa vez será totalmente diferente de todas as outras... mas fica aquela doce melancolia, o gostinho bom de um passado feliz - que na verdade é minha base do presente e do futuro.

10.10.07

Quando Bethânia e Tim conversaram comigo

Batata.
Sempre acontece comigo, a toda hora.
É só estar com algum tema na cabeça, insistente, martelando, presente, que o rádio me manda ondas. Ele SEMPRE manda essas ondas... é impressionante.

Outro dia de manhã foi "Meu Guri", a "música do primeiro beijo", e o cara do carro do lado perguntando onde fica a Diogo de Faria. Urgh.
Essas coisas são bacanas e bonitas, mas podem me deixar bastante irritada também. Afinal, ora bolas, é a questão que está naturalmente presente e daí ainda mais presente pelas tais ondas do rádio...

Ontem antes de dormir, no meio do meu ritualzinho gostoso, foi Bethânia e Tim me falando coisas que mexem.

Insônia, né? Não, muito pior: sonhos, a noite inteira.

Bethânia, enquanto eu fazia massagens nos pés:
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não
Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer, ninguém é o centro do universo
Que assim é maior o prazer
(Brincar de Viver)

E daí vem aquela memória viva... na mesma semana em algum lugar no remoto passado de março de 2007 ouvimos a música duas vezes, cantamos a música duas vezes, e ele ainda virou e falou: "acho que é um sinal para sorrirmos juntos cada vez que o mundo diz não". Memória afetiva é uma merda. A gente se lembra de cada coisa que sabe-se lá de onde vem... só sei que ela está lá, bombando a todos os instantes.

Respira fundo, supera a Bethânia. Vem a notícia de que amanhã o dia será ensolarado em São Paulo, e eu torcendo para que seja um dia lindo e quente mesmo, porque estava a fim de usar saia e queria dia gostoso, com cara de dia de usar saia. Mais algum comercialzinho besta do show da Marisa Monte no Via Funchal nos dias 20, 21 e 22 de outubro, e aí volta a programação musical.

Tim Maia, enquanto eu fazia os alongamentos nas costas para deitar bem:
(...)
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou na minha vida
(...)
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...
(Gostava tanto de você)

Bom, tudo bem, essa é uma música padrão de dores de amor globalmente a todos os que conhecem essa letra e a todos os que conhecem uma bela duma dor de amor. Mesmo assim, sem ter nada específico, nada de memória afetiva, fica martelando na cabeça os sonhos do passado, a vontade de mudar (fugir) de cidade (São Paulo) para acabar com as memórias em cada esquina, e o medo do futuro e da solidão.

Vamos lá Tim e Bethânia, sejam mais bonzinhos comigo da próxima vez, e me ajudem a ter um sono bom... Tô bem cansada dessas pauladas na cara.

9.10.07

Dancing with myself

Sou tão ruim nessa coisa de Facebbok ainda que ao invés de chamar o Antonio para dançar, dancei comigo mesma - não só por uma, mas por DUAS vezes! E o Antonio ficou lá, sozinho e sem dança! Sou toda errada mesmo...

and I'm danding with myself, dancing with myself, dancing with myself...

Nunca confie em alguém que canta Pepeu Gomes

Essa minha incursão ao mundo da mitologia grega vista sob uma ótica junguiana para entender melhor o masculino e o feminino e como tudo isso se dá na construção do caráter de uma pessoa e em consequência como essa pessoa se relaciona na vida e contrói seus laços e suas relações não tem me feito muito bem.

A "música incidental" que está hoje o dia inteiro na minha cabeça é:

Ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...
Olhei tudo que aprendi
E um belo dia eu vi...
Que ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...
E vem de lá!
O meu sentimento de ser
E vem de lá!
O meu sentimento de ser
Meu coração!
Mensageiro vem me dizer
Meu coração!
Mensageiro vem me dizer...

(Pepeu Gomes - Masculino e Feminino)

Não tô passando bem das idéias, não.

Fiquei cantando essa música aqui nesse ambiente de trabalho e me perguntaram: "Mari, cadê aquela Mari mais normalzinha que algum dia a gente conheceu?"

É, casulinho... você me entende?

Hermanos: colonizados e colonizadores

Quando estivemos em Buenos Aires no fim do ano passado, meu pai tinha odiado os argentinos. Bem aquela coisa brazuca que fala portuñol e fica irritado com os garçons porteños (que podem ser deveras mal humorados de vez em quando) ou com os taxistas porteños (que podem ser deveras golpistas de vez em quando).

Pois bem. Agora eles estão na Espanha.

No telefonema: "Nina, estive repensando meus conceitos." "Ah é, pai? Quais?" "Depois de vir à Espanha, percebi que os argentinos são uns amores".

Ri sozinha.

8.10.07

Ah, como eu gosto...

- do kibe da minha avó que não comia há tanto tempo.
- do meu irmão tão presente e tão ausente e tão, tão, tão, tão irmão.
- de sentir que estou parando de fumar.
- de entender melhor que não tem como fugirmos das mudanças: elas simplesmente estão lá a cada dia, tão fácil quanto o fato de nunca haver um dia igual ao outro.
- de mergulhar nessa coisa estranha que eu não sei dizer o que é e nem para onde vai. Só sei que essa coisa estranha anda.
- de telefonemas inesperados nas horas erradas.
- da casa vazia e silenciosa.
- de saber que essa semana tem feriado e que estou me dirigindo ao paraíso (ou como a Lu define: nossas micro férias no paraíso!). O caixa-dois para a escuna já era, mas nada que mais um pouco no cheque especial não sustente.
- de gostar da yoga cada vez mais a cada dia que passa.
- de criar rituaizinhos gostosos pré hora do sono.
- de dirigir na estrada.
- da companhia das pessoas que me fazem bem.
- de ir vivendo e tentar sair dessa capengação toda aos poucos, mesmo com as bipolaridades e a montanha russa na última velocidade.

Ixi, como eu não gosto:
desse apertinho que persiste, dorzinha aguda que pisa barulhenta, do vazio no peito, das saudades insanamente intensas que só pioram a cada dia.

O final de semana em tópicos

DIVERSÃO
6a
Happy hour inacreditável e cantante, caminhada com irmãzinha colocando assuntos em dia e quebrando paradigmas de medo, chegar em casa e provar roupas novas e ficar feliz de fazer um "what to wear" caseiro. Ir dormir três da matina acabada de cansaço, com aquela sensação de missão cumprida.

MEDO
Sábado
Me perder em ruelinhas de favelas no subúrbio do Embu. Ficar dando voltas, passar sempre pelos mesmos lugares, andar em um labirinto sem fim, não conseguir achar a saída. Muita angústia.

FORÇA
Sábado
Conversar com a vó. Ver incorporação de Oxum. Nem sei mais o que dizer disso... muito forte.

CALORZINHO NO CORAÇÃO
Sábado
Jogar dominó e levar elas para um café na Cristallo da pracinha. Com tão pouco, conseguir fazer a felicidade de quem se ama. Isso é gratificante ao extremo.

DERROTA
Sábado
Ser mulher na balada. Ficar no canto, sentada, simplesmente not belonging àquela selva de desesperados. As amigas se mataram de dançar. Eu preferi o cigarro e o João caminhante, me intoxicar disso. As mulheres, como é triste e feio ver essa derrota. Todas desesperadas. Umas mais vulgares do que as outras, todas fáceis, disputando, aquele excesso de hormônios no ambiente... Praticamente leoas no cio na savana africana, disputando a escolha do leão, esperando o acasalamento. Presa fácil, mulherada. Sair dessa vida ninguém quer, né? Muita dó de vocês... preferi a companhia do João caminhante. Mas nunca tive tamanha sensação de derrota de ser mulher como tive sábado. Triste.

TUDO DE BOM
Domingo
Ensolarado, dia de se sentir bem em roupinhas veranis e sandalinhas rasteiras, colocar óculos escuros, e sair a pé pelo Itaim para almoço com amigos.

TENSÃO
Domingo
Tropa de Elite é FODA. Vá em um dia BOM para conseguir sair do cinema mais ou menos... mas o filme é esquema filmaço... Wagner Moura rules.

SOLIDARIEDADE
Domingo
Meu tricolor é muito bom de entender as reais necessidades dos corintianos e perceber que 3 pontos a menos não são relevantes no caminho do campeonato, já que estava a 1327 pontos a frente do Cruzeiro.

FELIZ-SAUDADE
Domingo
A amiga do peito voltou de viagem e ligou e está tãããããooooo bem que deu até pra chegar pelo telefone. Vontade de abraçar forte!

OH YEAH!
Domingo
Para me afogar ainda mais no pó, aula de salsa no Bourbon. Divertidíssimo... saia rodada pra lá e pra cá. Tropeça e... cai! Dá risada do mico próprio, sozinha, sentada no meio da pista de dança.

SONO
Segunda
Ixi. Tem mesmo que existir hoje? Tô à fim de voltar não...