10.10.07

Quando Bethânia e Tim conversaram comigo

Batata.
Sempre acontece comigo, a toda hora.
É só estar com algum tema na cabeça, insistente, martelando, presente, que o rádio me manda ondas. Ele SEMPRE manda essas ondas... é impressionante.

Outro dia de manhã foi "Meu Guri", a "música do primeiro beijo", e o cara do carro do lado perguntando onde fica a Diogo de Faria. Urgh.
Essas coisas são bacanas e bonitas, mas podem me deixar bastante irritada também. Afinal, ora bolas, é a questão que está naturalmente presente e daí ainda mais presente pelas tais ondas do rádio...

Ontem antes de dormir, no meio do meu ritualzinho gostoso, foi Bethânia e Tim me falando coisas que mexem.

Insônia, né? Não, muito pior: sonhos, a noite inteira.

Bethânia, enquanto eu fazia massagens nos pés:
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não
Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer, ninguém é o centro do universo
Que assim é maior o prazer
(Brincar de Viver)

E daí vem aquela memória viva... na mesma semana em algum lugar no remoto passado de março de 2007 ouvimos a música duas vezes, cantamos a música duas vezes, e ele ainda virou e falou: "acho que é um sinal para sorrirmos juntos cada vez que o mundo diz não". Memória afetiva é uma merda. A gente se lembra de cada coisa que sabe-se lá de onde vem... só sei que ela está lá, bombando a todos os instantes.

Respira fundo, supera a Bethânia. Vem a notícia de que amanhã o dia será ensolarado em São Paulo, e eu torcendo para que seja um dia lindo e quente mesmo, porque estava a fim de usar saia e queria dia gostoso, com cara de dia de usar saia. Mais algum comercialzinho besta do show da Marisa Monte no Via Funchal nos dias 20, 21 e 22 de outubro, e aí volta a programação musical.

Tim Maia, enquanto eu fazia os alongamentos nas costas para deitar bem:
(...)
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou na minha vida
(...)
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...
E eu!
Gostava tanto de você
Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
Não quero ver prá não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...
(Gostava tanto de você)

Bom, tudo bem, essa é uma música padrão de dores de amor globalmente a todos os que conhecem essa letra e a todos os que conhecem uma bela duma dor de amor. Mesmo assim, sem ter nada específico, nada de memória afetiva, fica martelando na cabeça os sonhos do passado, a vontade de mudar (fugir) de cidade (São Paulo) para acabar com as memórias em cada esquina, e o medo do futuro e da solidão.

Vamos lá Tim e Bethânia, sejam mais bonzinhos comigo da próxima vez, e me ajudem a ter um sono bom... Tô bem cansada dessas pauladas na cara.

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