14.7.08

Reencontro

"Dizia ele estou indo para Brasília, nesse país lugar melhor não há".
E foi-se, desde o começo do ano.
Mantivemos contato por um tempo, depois paramos de nos falar, depois voltamos a nos falar bem menos do que antes, e nesse final de semana ele esteve aqui. Aparentemente esse reencontro estava agendado desde que ele esteve aqui em junho e eu não consegui vê-lo, por estar viajando.
Mandei mensagem de texto na 4a, do show do João Donato, falando que estava no show do João Donato e que tinha me lembrado dele. 5a recebi um email de resposta, e assim foi para marcarmos nosso reencontro essa semana. 6a liguei para ele duas vezes e não obtive sucesso, então deixei um pouco para lá, mas domingo ele me ligou e enfim conseguimos marcar que nos veríamos no Bar do Sacha.
Desde que eu tinha decidido que gostaria de reencontra-lo, a única idéia na minha cabeça era muito simples e eu não quis que ela evoluísse muito acima disso (ou seja, não fiquei fritando os neurônios). A idéia o tempo todo foi: estou com saudades e quero encontrá-lo. Ponto.
Pois bem. O fato é que bate sim friozinho na barriga, no carro a caminho do Sacha, de pensar como será o reencontro.
***
Ao chegar no bar, encontro um ambiente mais do que agradável e extremamente carinhoso. Pessoas que há muito eu conheci quando namorávamos, e que eram amigos queridos e especiais, estavam lá. E foi ótimo encontrá-lo, especialmente ele. Ao me abraçar, ouvi de cara "Nossa, como você está cheirosa!" e consegui fazer uma pequena festa com cada um na mesa, de saudades legítimas. Tudo era matar saudades na tarde de ontem. Depois dos abraços em cada um, e da troca de sorrisos e gentilezas, e era tudo de fato bem legítimo, sentei-me ao lado dele (essa coisa meio solene de ser ex-namorada).
Não sei explicar em palavras o que eu senti ao seu lado. Mas era alguma coisa muito boa e muito forte, com certeza. Ficamos conversando da vida, falando mais ou menos por cima o que estava acontecendo, sabíamos que o tempo era curto e que tínhamos que aproveitar ao máximo aquilo tudo. Mas o que eu levo desse reencontro não são as conversas, e sim os olhares. Os olhares, o cuidado, o carinho um com o outro.
Sua mão oscilava entre um carinho gostoso nos meus ombros e cabelos, ou então pousava, carinhosa, nas minhas pernas. Às vezes ele até começava a apertar um pouco minhas pernas, e quando se dava conta me olhava e falava: "às vezes eu até esqueço!". Daí tirava a mão, e não muito tempo depois ela voltava a pousar carinhosamente na minha perna. E eu ficava feliz por dentro.
Eu fiquei feliz com tudo. Fiquei feliz em ver o olho sorridente, a boca sorridente, em encontrá-lo extremamente bem e feliz - embora mais gordinho também. Em ouvir suas histórias de cantos do mundo para os quais ele foi esse ano, e do projeto que ele chefia.
Fiquei feliz por matar as saudades, por ouvir a voz.
Fiquei feliz por sentar perto e por sentir o bom e velho perfume dele. Mais do que o perfume, fiquei feliz por sentir o cheiro.
Fiquei feliz por fazermos brincadeiras que desmistificaram alguns entraves do nosso final de namoro (ele: "conheci esse meu amigo naquela festa em que a gente brigou feio, lembra?" eu: "festa que brigamos feio? que festa? não lembro não, não sei do que você está falando... você lembra de alguma festa que brigamos feio?", diálogo seguido por uma gostosa gargalhada cheia de cumplicidades).
Fiquei feliz por ser hiper bem recebida pelos amigos dele.
Fiquei feliz porque ele me olhava como se eu tivesse voltado a ser uma das pessoas mais importantes na vida dele, mesmo que só por uma horinha, em uma tarde de domingo ensolarada.
Fiquei feliz porque mesmo sem vê-lo por seis meses, parecia que a gente não se via por quinze dias só. O papo estava bom.
Recebi elogios dele, do cabelo, da pele, da cara de feliz, do corpo mais magro. E elogiei ele também. É muito bom ver uma pessoa de quem a gente gosta estar feliz. Isso me realiza, me deixa feliz também. Cada vez mais fica mais claro que São Paulo nunca fez bem para ele, e não adiantaria forçar isso. Ele está bem em Brasília, aquela sim é a sua casa.
Ao me despedir, uma amiga dele também me elogiou. E ele disse: "acho que é o fato de não estarmos mais juntos que está fazendo bem para ela". Todos demos risadas. E eu só queria ter dito que não é a presença ou a ausência dele, e sim todas as mudanças que esse 2008 vem trazendo. Mas ficou intalado, e o máximo que eu fiz foi soltar um risinho sem graça.
E aquele abraço de despedida foi delicioso. Lembrei-me bastante do meu "ato de apertar mais gostoso do mundo", mas resolvi deixar quieto. Seria injusto com nós dois. Beijávamos, um as bochechas do outro, como que pedindo que nunca mais fiquemos sem nos ver. Acomodávamos juntos a cabeça um no ombro do outro. Não falávamos, em teoria era um silêncio, mas nossos sentimentos estavam berrando pelos nossos corpos.
***
Eu vivia falando que queria ter com ele um relacionamento civilizado de ex-namorados.
Ontem, muito mais do que civilizado, tive um reencontro absolutamente terno e carinhoso.
Quando eu saí do bar, a vida voltava ao normal aos poucos. Não quis fazer histórias desse nosso reencontro. Ficar imaginando um beijo na boca, ou ficar pensando o que será que ele sentiu, ou ficar imaginando quando nos reencontraremos. Não quis nada disso. Talvez uma lágrima tenha escorrido, muito mais pela intensidade de tudo aquilo do que pura tristeza propriamente dita. Foi um reencontro realmente forte. Fica lá guardado, em um cantinho especial e fechado, meu carinho por ele, minha consideração absurda por ele, um amor gigantesco, e o gosto gostoso e familar das lembranças boas que colecionamos.
Nosso reencontro me rendeu bons sonhos - no sentido literal e não figurado da palavra.
Mas hoje é segunda feira e a vida precisa voltar ao normal.

Um comentário:

Unknown disse...

Meeeeeeeeeeeeeeee.....


Nossa me emocionei com sua historia...estou a uma semana de reencontrar minha ex namorada..faz 1 ano q não nos vemos....

com certeza esta historia vai me ajuda mt...pois vamos nos conhecer denovo...


parabéns...

mt paz e felicidade pra vc!!

GooD ViBeS :]