Pois bem. Fiz essa pergunta a muitas pessoas.
E acho que esse ano está rolando uma "anestesia generalizada pós 2008". Eu estou achando isso animal, aliás, porque quanto menos planos menos expectativas, e quanto menos expectativas, mais se ganha. Para além disso, acho também que após o caótico 2008 todos conseguiram atingir, de um jeito ou de um outro, e mesmo que capengando ao longo do ano, um nível de satisfação mais ou menos alto que coincide com a resolução de ter menos expectativas e se ater mais ao que é concreto.
Pelo menos é assim que eu estou. E assim também é com a maioria das pessoas que me cercam - menos sonhadores estão todos, e também, um pouco mais certos de seu feliz poder de sair por aí conquistando.
2008 é, um pouco, a prova viva de que a "Teoria do U" veio para ficar. Alguns pesquisadores desenvolveram essa tese e eu ouvi falar dela semana passada, tomando um café. E do que eu entendi, é mais ou menos isso: na letra U, se você vai de um ponto ao outro pela linha reta que ligaria os dois pontos, você atinge seu objetivo de forma mais rápida e fácil e tranquila. Mas estamos optando por seguir o caminho do U, fazer a curva inteira. É notavelmente um caminho mais longo e mais penoso, e definitivamente muito mais difícil. Mas em toda essa longa trajetória, na verdade é o amadurecimento e a aprendizagem que ficam: quando se atravessa o U fazendo a curvinha, e chegamos no ponto final, estamos diferentes.
O "U" é, na verdade, a teoria de sobrevivência no caos. É tipo "baby, se toca, o caos está aí e isso é fato consumado". E aí, como você vai tirar proveito disso? Vai querer sair da montanha russa e impedir que o trem desça todo o caminho? Ou vai se jogar na curva e levantar os braços e gritar quando a montanha russa estiver caindo? Vai gastar energia resistindo? Ou vai se entregar?
O "U" também representa o presente mais presente: ele te consome de tal forma que não se pensa nas saudades do passado e mal se faz planos pro futuro. É o presente, te atendo ao chão e à realidade.
Após um ano de Oxum (2007) e de Ogum (2008), um ano de Oxóssi.
Pára para pensar, coloca isso na sua vida. Quando olhamos, há muito tempo não existe mais aquela fase de tranquilidade "ok, esse setor da minha vida está tranquilo e encaminhado". Não se vê mais isso. O "U" está aí, está dado, e aqui ficamos nós, subindo e descendo. Emendando um "U" no outro. Achando que não temos mais forças - e sempre temos mais forças. Em todos os setores, o caos reinando, tudo ao mesmo tempo agora.
E aí, quem vai se esquivar da briga?
Quem vai negar o "U"?
Quem vai embarcar nessa?
Por essas e outras que eu não sei nem se seria necessário fazer planos e promessas e resoluções para 2009. Acho que sou mais feliz aceitando o "U" e vivendo dentro dele.
Melancolia
Há 3 anos
3 comentários:
Sensacional o post. Não sabia da existência da teoria do U. mas confesso que nem sempre quero fazer um "u", prefiro coisas simples...
acho que vou escrever um post sobre o U!!!!
Chico,
o ponto é que eu também preferiria coisas mais simples. Mas acho que com o U a gente acaba dando uma importância muito maior a elas, inevitavelmente, quase que por uma questão de sobrevivência.
E mais: para além de optar ou não pelo U, está o fato de ele se colocar nas nossas vidas quase que sem escolha. O ponto aí então deixa de ser sua preferência pelas coisas simples, e sim pelo jeito que você encara o U: se esquiva e foge, e gasta energia resistindo, ou encara de frente e de peito aberto e aprende muito com isso.
Um beijo e escreve logo no seu blog!
E viva a "teoria do U"! Ela existe- porque vem para sistematizar alguma coisa qe já vivemos e revivemos há muito tempo.
Para aqueles que queremm entender mais e encará-lo de vez aí vai a dica:
http://www.theoryu.com/execlinks.html
bjo amiga minha, sempre tão astuta - hahaha
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