28.12.05

Ministério da Saúde adverte...

... sinceridade em excesso pode matar uma amizade.
(ou, a crônica de uma morte anunciada)

Fulano diz:
Você tá muito xarope.
Marix diz:
Yep, tô xarope sim. Mas é só com você, fica tranquilo que continuo simpática com o resto do mundo.
Fulano diz:
Entendi. Quem sabe dia desses a gente melhora.
Marix diz:
Sempre melhoramos, assim, como seres humanos. Só que uma das coisas q me arrependo é meu excesso de sinceridade e transparência. Isso não faz de mim uma pessoa melhor.
Fulano diz:
Vixi. Mesmo você nao querendo você é uma pessoa ótima. Desculpe te desapontar.
Marix diz:
É, escolheu a dedo a palavra no dicionário. Desapontamento.
Fulano diz:
Que bacana!
Marix diz:
Incrível como até nisso você me conhece.
Fulano diz:
São seus olhos.
Marix diz:
E foda como a falta de sinceridade pôde jogar uma amizade na lata do lixo.
Fulano diz:
Sério?
Marix diz:
Sério. Não é possível que você não tenha notado.
Marix diz:
Sábado quando te liguei queria te agradecer pela companhia em 2005, mas engasguei e preferi desligar.
Fulano diz:
Marix, desculpe mas acho que não deixei de ser sincero com você. Trata-se de uma situação naturalmente complicada, mas nada disso sugere que eu não te respeite, te admire e goste de você, como eu sempre senti.....espero que você entenda isso. Espero que saiba o quanto gosto de você. É só olhar pras coisas que fizemos esse ano.
Marix diz:
Eu entendo sua situação e sei que ela é naturalmente complicada. Quando olho para trás penso com pesar nas coisas boas que passamos e fico triste por pensar "onde é que viemos parar?". Mais uma vez, eu sinceramente (que ironia) acredito sim que faltou sinceridade. Mas eu realmente não quero discutir isso com você, muito menos pelo messenger. Também ñ vejo no horizonte uma situação onde possamos falar sobre isso. E também acho que talvez o esforço de ser sincera mais uma vez não compense. Por isso que prefiro que continue assim. Ou ao menos, que nos calemos, se é no silêncio que reside a sinceridade que precisamos.
Fulano diz:
Marix, pra mim não houve uma piora do que eu acho de você. E sinceramente (que ironia pra você), não acho que não fui sincero com você. Sempre tomei muito cuidado com isso. Também acho que não vai levar a conclusão por enquanto.
Marix diz:
Eu não espero de você que você ache q não tenha sido sincero comigo. De verdade. É difícil enxergar. Enfim, posso realmente e sinceramente, sem ironias, afirmar duas coisas: você foi um enooorme aprendizado para mim (principalmente porque agora me toquei que sinceridade em excesso pode ser defeito; e que preciso saber direitinho para quem vou dar a cara a bater - às vezes dói mais do que esperamos ou do que podemos suportar). E a segunda coisa é que, por ridículo e absurdo que pareça, continuo tendo uma puta duma consideração absurda por você. E dói muito para mim olhar para trás e ver onde chegamos.
Marix diz:
Trilha sonora sugerida, por enquanto: Walk away, Franz Ferdinand.
Marix diz:
Tenho que ir fazer umas coisas em casa, lavar louça, arrumar mala, etc. Depois falamos. (Ou não: continuo achando o silêncio como uma boa opção). Beijos.
Fulano diz:
Não sei onde chegamos Marix....sinto muito. Não tenho a menor intenção de deixar você triste ou de não engrandecer nossa historia.
Fulano diz:
Boas arrumações
Marix diz:
Putz, cara... é muito louco não enxergar falta de sinceridade e não saber onde chegamos...
Fulano diz:
Marix, tenha um ótimo final de dia pra você. Gosto muito de você.
Marix diz:
(com relação ao onde chegamos, só porque é mais rápido para esclarecer, não vejo realmente a curto prazo chances de sermos amigos, por mais que a consideração exista e q a falta seja grande)
Marix diz:
Té qualquer dia desses, Fulano.
Fulano diz:
Certo Marix. Seja como você quiser, mesmo porque não dá pra ser amigo de alguém que não quer.

E assim Inês é morta (ou: a farsa de Inês Pereira)

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