19.8.08

Curtas

de uma semana longa em tempos corridos.

- Uma das melhores loucuras que eu poderia ter feito por mim mesma foi ir para Salvador por um final de semana apenas, para me ver cercada de pessoas especiais e amigos queridos de tanto tempo.

- A amiga de Nova York se-foi-se. Nos despedimos lá, no meio do casório. As duas bêbadas. Choramos muito mais do que o necessário e muito menos do que eu gostaria. Vai ficar um buraco a ausência dela dessa vez, depois de dois meses do mais puro - e delicioso - grude. Tudo bem, sempre tem o ano que vem.

- Casório legal é assim: noivos tão queridos e tão felizes que não cabiam em si. E essa felicidade contagiava cada um dos convidados que lá estavam. Pulávamos, cantávamos, gritávamos, bebíamos, assim - como se não houvesse amanhã. Celebrando o amor em uma festa memorável perto do mar que refletia, sereno, a deslumbrante lua cheia daquela noite.

- Saldo de UVA/UVB: dois dias na praia, debaixo de um sol de julho delicioso e quente.

- Saldo gastronômico: sexta: acarajé, lagosta, polvo, ostra, peixe, camarão; sábado: iscas de peixe na praia e todos os frutos do mar em uma delícia gastronômica sem fim e abundante no casamento; domingo: casquinha de siri, camarão ao molho de maracujá com arroz com passas. Está bom ou quer mais?

- Aquela acupuntura naquela quarta nunca foi tão essencial para a minha sobrevivência quanto semana passada.

- Coisas que só tem na Bahia e que me fazem bem: ser recebida por bahianas e capoeiristas no aeroporto (mesmo que pasteurizados, são deliciosos); taxista reclamando do frio de 22 graus que fazia na cidade; aquéle sútaque delicioso e arrastado, preguiçoso, cantado, que me soa tão bem; algumas frases únicas de se ouvir, como a que eu ouvi do garçom do bar de praia: "ontem, a noite estava tão fechada que o céu estava até vermelho".

- Correr do trabalho para a depilação para casa pintar unha arrumar mala separar tudo tomar banho dormir. Correria que eu não tinha há tanto tempo. Deliciosa correria.

- Ultimamente tenho me esquecido de fumar. Sinto que o próximo passo, natural, será parar.

- Ir trabalhar a pé tem me feito um bem sem noção, delicioso, absurdo. Tenho colecionado histórias de conversas roubadas no meio do caminho. Algum dia eu conto.

- Olimpíadas e essa torcida de todo mundo é muito bom.

- Chegar no trabalho novo e ser assim, tão extremamente bem recebida, é muito melhor do que eu imaginava que poderia ser a priori.

- Aliás, acordar feliz e ir trabalhar feliz tem me sido uma bênção.

- Desde que o CQC começou a passar na TV brasileira minhas noites de segunda feira têm sido consideravelmente mais felizes.

- Trabalhar no epicentro dos acontecimentos legais é muito bom. Ontem quando eu saí do trabalho passei na livraria e vi um debate com o Paulo Markun, Samantha Power (autora do Chasing the Flame) e Carolina Larriera (ex esposa do Sérgio Vieira de Mello). E aí a Samantha autografou meu livro. O Senador Suplicy também estava lá. E eu estava, como sempre, acompanhada em tão perfeita harmonia do meu amigo-vizinho. Hoje quando eu saí do trabalho lá na minha porta vi a inauguração de uma exposição de fotos dos monges budistas de Mianmar.

- Isso posto, as chances de eu me tornar uma pessoa provinciana - mesmo sendo uma paulistana nata - são altas. Quando o lugar que a gente mora é muito perto do trabalho e é muito perto do lazer, a vida fica deliciosamente cômoda - e a chance de eu abrir mão disso é pequena.

- Usar o carro só para meus momentos de lazer é absolutamente fantástico.

- Perder hoje para a Argentina foi bem triste.

- Hoje de manhã ver o Lipovetsky falar em uma palestra com um público fantástico e selecionadíssimo é coisa única de se ver.

- Estar na Bahia quando da partida de Dori Caymmi é triste. Mas é bonito também. Só se falava disso: na recepção do hotel, no ônibus, no táxi, no restaurante.

- Lamentável o incêndio que destruiu o Cultura Artística. A última vez que fui lá foi para assistir a encantadora "Casa dos Budas Ditosos" com a Fernanda Torres. Mas esse teatro deixa um legado triste, para ampliarmos para todos os bens culturais do nosso país: o que a displicência da população e do governo tem feito com eles?

- Acho que faz uns quinze dias que não vou ao cinema. Estou com saudades.

- Triste volto eu da Bahia quando tive um final de semana perfeito mas não consegui encontrar pessoinha baiana tão especial. Tudo bem. Parece que em setembro nos encontraremos, mas dessa vez, aqui.

- Vou ao show da Madonna de qualquer jeito.

- As pessoas que já estão pensando no seu Reveillon 08/09 me dão uma certa aflição. Mas pelo menos agora eu não tenho mais a sensação de "não faço a mínima idéia do que acontecerá na minha vida até lá". Agora eu já tenho idéia.

- Quando quem já me entrevistou (e não me quis) me vê empregada novamente e realmente feliz, e fala que "ainda quero que você trabalhe lá com a gente", fica na boca um gostinho bom do "viu como você fez bem em não me querer? Estou em um lugar muito bacana agora."

- Permaneço não gostando de fofocas e loucuras e pessoas estranhas. E cada vez mais eu descubro que o mundo está um lugar estranho de se viver, quando as pessoas mais próximas aprontam umas coisas tão babacas...

- Já estou sentindo falta de algumas coisas. Mas não se pode ter tudo que se quer ter. E afinal, estou feliz com essa vida que eu quis. Agora, é esperar o tempo quando tudo se ajeitará e entrará de novo nos seus devidos eixos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Salvee...

Sabe,tem o poder de transformar praticamente tudo...em um acontecimento envolvente.

Por um instante me imaginei baiano...ou até paulistano...embora não seja nem um nem outro.

Marix Flammes, Nina. disse...

Tá... se não é baiano, nem paulistano... é de onde?
(estamos em uma relação mto injusta onde você sabe muita coisa de mim e eu só sei seu nome e sei que você também tem um cérebro que grita)

Anônimo disse...

Sou Carioca!



adoraria largar meu e-mail aqui pra vc...e torcer p vc me add... mas meu cérebro grita que seria suicidio....e-mail queima filme demais hahahahah...

Marix Flammes, Nina. disse...

Bom... se você deixar seu email aqui seria suicídio, me dá 3 bons motivos sobre por que eu deveria fazer isso. Daí a gente decide, ok?