22.2.08

A Mosca e a Mariposa

Entrou a mosca.
Bem-vinda, ilustre visitante!
Não sou daquelas que faz xilique porque entrou um objeto alado não muito bem identificado, e começa a gritar e fugir e fazer pequenos escandalosinhos.
Mas essa mosca era grande, peluda, muito preta, e deveras barulhenta.
Tenho um quê meio bióloga. Gosto de ficar vendo a mosca baster no vidro e fazer aquele "barulho crocante" de quem não entende o vidro e quer passar pro outro lado. E dá-lhe "barulho crocante".
E eu aqui trabalhando, e a mosca no vidro, zuuuuuuuummmmmmmmmmm, créc, créc, zuuummmmmmmm, créc, créc, créc, zuummmmmmmmmmm zuuummmmmmmmmmm, créc.
O que eu fiz?
Abri a janela, para a mosca ter mais espaço de encontrar a liberdade. Mas aconteceu um imprevisto, e o que era para ajudar a mosca, só atrapalhou. As duas "folhas de janela" se sobrepuseram uma à outra quando eu abri totalmente a janela. E a mosca ficou encalacrada entre um vidro e outro, fazendo um micro-créc de um lado, micro-créc de outro, micro-créc de um lado, micro-créc de outro.
Nisso, afastei a cortina e qual não foi minha surpresa: uma mariposa habitava meu quarto, atrás da cortina! Não faço a mínima idéia de há quanto tempo a mariposa existia por esses cantos.
Mas lá estavam, a mosca e a mariposa, encalacradas entre as duas "folhas de janela".
A mosca, inquieta e barulhenta, se debatendo entre os vidros. A mariposa, passiva e pacífica, contemplando o mundo.
Foi bonito de ver. Mesmo. Quase um laboratório no meu próprio quarto. Só faltou o bico de bunsen.
Daí fechei a janela, para que as "folhas de janela" permitissem que a mosca e a mariposa ficassem livres, e elas voaram para fora, bonitas.

Nenhum comentário: