16.11.05

Os apertos dessa vida.

Estávamos lá, nós duas, já era a última sessão do dia então o cinema nem estava assim tão cheio.
Tínhamos antes tomado um capuccino naquele café delicioso, um dos poucos de shopping onde se podia fumar e agora não pode mais. Comprei água com gás, para não quebrar o hábito adquirido previamente na sexta feira, naquele mesmo café, naquele mesmo feriado, só que vendo Elizabethtown e em outra companhia.
Vem o filme, Rio de Janeiro, Bossa Nova, poesia, depoimentos, fotos, vídeos, mais poesia...
Daí começa aquela sensaçãozinha aguda de bexiga cheia. Ela vai crescendo e ganhando intensidade. Tento abstrair, prestando mais atenção no filme. Chega uma hora que não dá mais.
Mas olho pro lado e vejo um senhor obeso sentado ao meu lado, realmente gordo ele era, na única cadeira entre eu e o corredor. Estrategicamente pensando, eu teria três opções: ou pular ele; ou sentar-me no colo dele, passar as pernas, e sair do outro lado, no corredor; ou pedir para ele se levantar para eu poder sair.
As três eram cenas ridículas de se protagonizar.
Por dois motivos (não perder um instante sequer de um filme maravilhoso e não conseguir atravessar o senhor obeso) fiz um exercício de meditação, concentração e mudança de foco que jamais havia feito. Segurei o xixi o tempo todo.
Quando o filme acabou, corri pro banheiro, bexiga latejando.
Tudo doía.
E olha só como é incrível essa coisa de inconsciente... depois que fiz xixi soltei uns dois ou três espirros.
Ninguém segura um espirro conscientemente. Mas meu corpo, no fundo, sabia que se eu espirrasse, faria xixi.
E seria meu point of no return de protagonização de cenas ridículas.

ps.: mega recomendo esse filme; além de ser lindo, dá vontade de ficar o tempo todo declamando poesias e/ou cantando as lindas composições dele.

Um comentário:

Carolzinha disse...

Vinícius ou Coisa Mais Linda???
Afinal, qual era o filme???