20.4.07

'Cause you've had a bad day...

Ontem.
Correria. De carona pro trabalho. Atraso. Brincos nas mãos, confusão para entrar no carro, sacola, mochila, chave, celular, casaco. Costas molhadas ainda do banho, e a camiseta, grudada. Apruma o cabelo. Coloca brinco por brinco, todos. Finge que é civilizada.
Chegada. Correria. Muitos emails. Coração disparado. Fofocas e notícias do subsolo. Nem um bom dia, nem um boa noite. Olho sem foco, ao certo. Certeiro, nem nada. Talvez só meu dedo no teclado, rápido, um email atrás do outro. Muitas respostas; a maioria, infundada. Tudo é incerto.
Saída. Correria.
A pé para casa.
Passos rápidos. Respiração ofegante. Vento frio. Pensar na vida. Alívio, ao certo. Cigarro. Falar com ele, marcar de sair da rotina e de vê-lo mais tarde. Sim. A saudade espreme a rotina e diminui as horas de sono. A melhor notícia que eu poderia ter no dia: irei encontrá-lo. E ele sabe disso.
Elevador, rápido.
Abraço carinhoso na mãe. Saudades. Costas molhadas, da mochila, da caminhada, da respiração ofegante. Notícias do hospital e da avó. Ela sempre pergunta de mim. Iogurte e letras de musicas. Mais um abraço apertado na mãe. O coração, apertado também, mas muito mais pelo "bad day".
Elevador. Ônibus. Catraca. Elevador. Cigarro.
Sala de aula: seminário.
Tédio. Tédio. Tédio. Piadinhas sobre a professora. Motivação? Qual a minha motivação em ver esse seminário, que ela elogia como ótimo? Cadê os questionamentos? Se é assim que ela quer... um seminário igual ao texto, que não aceite outras visões... fim da motivação. The point of no return.
Cigarro. Conversas. Risadas.
Croissant de pizza (buraco no estômago) e Iced Tea de Pêssego, light.
Jogo. Lucro. Margem. Market Share. Modelo de DVDs. São Paulo, Argentina, filiais, comprar uma outra, Chile, Paraguai e Uruguai. Palavras incessantes e incandescentes. Baixinhas. Estratégia sussurrada. Mil planilhas. Propaganda, promoção, relatório. Professor, cabeça grande, o cérebro dele deve ser enorme lá dentro. Eu sempre fico me perguntando sobre o tamanho da cabeça dos gênios.
Saída.
Esperança. Cigarro. Espera. Chegada e sorriso, abraço apertado, que saudades!
Carro e pai e conversa e casa e portaria da casa do amigo e coisas de Santa Barbara e gravata azul de diplomata e rua da Consolação.
CABUM!
CABUM!
Um carro na frente, outro atrás. Óbvio que a minha quinta não tinha sido ruim o suficiente. Sim, ela precisava piorar um pouquinho. Batida de carro. Na frente e atrás. Sanduiche. E depois, carro sem bateria, tendo que pegar no trampo.
Volta para casa, toma bronca do pai.
E ele lá do lado, um santo, o apoio, o carinho, o abraço.
Docinho na Ofner. Gianduia, talvez meu desejo quando eu esteja grávida. Conversas gostosas, sempre. Gosto tanto.
Deixa ele em casa. Volta para casa. Entra em casa. Mãe e irmão. Bravos.
Batida.
Sudoku.
Jô Soares.
Batida. B.O. Seguro.
Onde você estava e por que demorou?
Por que bateu e o que aconteceu?
Conta do celular.
Táxi. Acertos por semana.
Você está tão perdida, Mari. Tão sem foco, Mari. E se essas palavras fazem efeito e me incomodam, é porque talvez elas façam sentido.
Sono, cama.
Imagem: meditação no retiro budista. Paz e luz.
Sonhos e quando percebo, acordo sorrindo. Café da manhã, irmão, jornal, banho, carro, trabalho.
Sexta e sol.
Sexta? SEXTA! Dia nacional das bombas, sempre.
Saco.
Ainda bem que chega o final de semana. Esse promete. Ponto negativo: a segunda se aproxima cada vez mais.

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