28.5.08

Destino: Tríplice Fronteira

- Puerto Iguazu parece uma cidade de faroeste com suas casinhas de madeira, suas ruas desertas, seu sol que racha. Faltou só a bola de poeira e feno rolando, que nem a gente vê nos desenhos animados.

- Essa coisa de Tríplice Fronteira é muito louca. De um lado do rio, um país; do outro lado, outro país; do outro lado, outro país. Praticamente na dimensão da terceira margem do rio que Guimarães Rosa tanto fez ficar famosa.

- Um Duty Free do tamanho de um shopping é algo deveras bizarro e muito, muito, muito louco. Assustador até. Templo do consumo elevado à décima quinta potência. Coisa estranha. Pessoas comprando frenéticamente, todas as variedades de tudo que se imagine: de relógios à vodkas, passando por perfumes e cashmeres. Impressiona e dá medo.

- O hotel era legal, mas não exatamente um master resort. Quase uma coisa tipo "décadence avec élegance". Deu para notar que na década de 60, 70, aquilo lá era um luxo sem precedentes. Hoje ficam os vestígios do passado, que não atualizam pro presente toda a imponência que existiu uma vez. De qualquer forma, a piscina do hotel era uma delícia; a varandinha do nosso quarto, com vista para a piscina, onde fumávamos e tínhamos papos cabeça, foi eleita por mim o melhor lugar do hotel; e as medialunas eram de um deleite sem precedentes. Me empanturrei.

- O céu noturno de Foz do Iguaçu não existe em nenhum outro lugar. Ainda mais quando estamos falando de noites de lua cheia.

- Ciudad del Este é o buraco do mundo. Lugar feio, fedido, barulhento, cheio de gente. Hordas de pessoas comprando sem limites com sacolas gigantescas, prontas para trazer muambas para o Brazil. Uma 25 de março muito, muito, muito, muito piorada. Policiais vagam com escopetas sem policiar nada, e sua não-ação faz com que aquilo lá se torne uma terra de ninguém onde tudo é permitido. Todos os tráficos de todas as coisas acontecem ao mesmo tempo agora. À luz do dia, a céu aberto. É impressionante. Nas calçadas, camelôs e suas tendinhas cobrem tudo e fazem sombra, formando corredores estreitos. Nas ruas, não há organização, não há paz, não há nada. Não há rua, na verdade. Nas portas das lojas, seguranças particulares ostentando escopetas ainda maiores do que as dos policiais. Em tudo quanto é canto, produtos de todos os tipos. Impressionante.

- Atravessei a Ponte da Amizade em um Mototáxi e me senti muito clandestina atravessando a fronteira de mototáxi. Maior legal. Experiência única.

- Itaipu é impressionante. As Cataratas são impressionantes. Região de megalomanias essa região da Tríplice Fronteira. Tudo é muito. As sensações são sempre extremamente acentuadas.

- A oportunidade de conhecer o diretor do Ibama para o Parque das Cataratas foi única. A casa do cara é animal, cravada em uma clareira na Mata Atlântica, cercada de mato, de animais, de rios. Uma delícia. Ele, a esposa, e a filha nos receberam como reis. O churrasco estava delicioso. As conversas, nem se fala. Tudo muito bom. Histórias de onças pintadas, jibóias e corais e cascavéis e quatis.

- Comer costela de chão, que eu nunca tinha comido, na sede da Associação dos Motoristas de Itaipu, que eu nem imaginava que existia, no aniversário de 50 anos do presidente da Associação, que eu não conhecia, foi demais.

- Conheci uma Foz que a maioria dos turistas não conhece, não fui ao Cassino na Argentina e não gastei milhares de dólares no Duty Free. Mas fiz a viagem que eu queria, do jeito que eu queria, conhecendo tudo e tendo experiência sempre muito agregadoras. É isso que faz dela uma ótima viagem: as experiências agregadoras.

- Comi muita carne e meu estômago se ressente até agora, três dias consecutivos de churrasco não é fácil para ninguém.

- Voltamos de ônibus argentino, leito, pagando quase a mesma coisa que pagamos pelo convencional brasileiro, com um conforto absurdamente maior.

- Amei.

3 comentários:

Anônimo disse...

Você escreve muita merda!

Boneca Falante disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Emilia disse...

Marixxx, eu não sabia que vc tinha ido pra Foz!!! Sou tão auto centrada que simplesmente, mal educada, não perguntei! e voltei do feriado meio com 300 coisas paradas pra fazer.
Vou postando sobre BAs e depois vamos nos encontrar para vc me contar dessa ida a Foz. eu não tenho fotos para mostrar, tirei poucas com meu celular... as melhores vou postando. :)
e não sei quem é o imbecil anônimo aí em cima, mas apaga esse recado covarde (anônimo é sempre, simplesmente, covarde).