3.8.07

Mochileira

Estou com uma vontade louca de ser mochileira de novo.

Queria me debruçar sobre um Atlas, traçar um roteiro, comprar a passagem, e ficar muito tempo imaginando tudo como seria.

Depois eu correria atrás de algumas burocracias, faria a mala com as coisas básicas que se pode levar em uma mochila, calça jeans e tênis confortável, ficaria cinco dias com o coração na boca esperando o embarque chegar.

Quando eu embarcasse, eu teria praticamente um ataque de taquicardia. O desconhecido, as expectativas, eu e a mochila - companheira. Daí eu caminharia cidades inteiras por muito tempo, tentando ao máximo entender como é viver lá. Eu conheceria pessoas bacanas em albergues, conheceria pessoas bacanas nas esquinas, na mesa ao lado nos restaurantes, na fila da chapelaria do museu, no banco do ônibus ou na faixa de pedestre. Eu teria a sensação de ter o mundo inteiro à frente, pronto para fazer parte do meu futuro. Eu teria a certeza de que a realidade é muito melhor do que toda a imaginação dos tempos anteriores à viagem.

Daí eu voltaria.
Um pouco de mim no mundo, muito do mundo novo em mim.
Eu voltaria, já pensando em qual será a próxima viagem de mochila.
Eu voltaria pronta para deixar um post como esse no meu blog.

Eu voltaria e me fantasiaria de mochileira na festa à fantasia do pessoal do trabalho, em um ataque crítico de nostalgia.

De Almir Sater, em "Mochileira":
Mas os Deuses eles sabem
Que valeu a pena segurar essa barra
Moça o céu é seu amigo
Enquando durar essa farra
E depois você é mesmo
Do tipo de cigarra
Que canta na chuva
Dance mochileira que eu toco a guitarra.

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