Sempre gostei de fazer aniversário, historicamente, na minha vida.
De criança, passava o ano esperando chegar o dia do aniversário.
Ficava o ano inteiro combinando com a minha mãe qual seria a decoração da mesa do bolo - mesa que ela mesma decorava e montava e era linda e perfeita. Teve alguns aniversários no clube, com direito a monitores e crianças correndo muito por todos os cantos. Outros aniversários foram comemorados na escola. Sempre sempre sempre teve bolinho para a família, todos os anos, sem exceção.
Teve o de 12 anos, meu primeiro bailinho, no salão de festas do meu prédio, com sanduíches de metro e um DJ com todo o aparato de DJs, que era tão na moda naquela época dar festa com DJ.
Depois teve o de 13 anos, que fomos pro boliche e depois comer no Fridays, eu, a Ana Banana, a Dani e a Carol.
O de 14 anos foi um jantar lá em casa, só de meninas - e éramos umas 20 - comendo strogonoff em um sábado que eu saí desesperada para comprar um vestido novo para usar no meu jantar. Aquele vestido, laranja, de crepe, só foi usado uma vez na vida. Hoje em dia quando eu olho, eu penso: como eu pude usar isso??
Quando fiz 15 anos, foi uma crise só. Eu estava no auge da minha aborrecência, quando eu usava - para desespero da minha mãe e da minha avó - calça big e coturno. Não quis festa de debutante comment il fault, mais uma decepção para a minha mãe, e acabei fazendo mais um bailinho no salão de festas do meu prédio. Quase tive meu primeiro beijo na boca nessa festa, com um amigo do meu primo que era lindo maravilhoso e tinha os olhos verdes. Mas não foi dessa vez que meu primo, o ciumento, baixou a guarda... A questão da bebida alcoólica era um tabu - pode, não pode, o que pode, quanto pode, e me lembro que meus pais ficaram deveras tensos com isso. No final da festa, lá pelas 4 da manhã, ficamos subindo e descendo de elevador e causando, e tudo aquilo pareceu muito divertido àquela época. No domingo, pais corajosos e fortes, fizemos a reunião da família. Tudo um dia seguido do outro. Loucura.
Nos meus 16 anos nem salão de festas quis, e chamei todo mundo lá pro apê mesmo. E foram MUITAS pessoas, aquela coisa de primeiro colegial, todo mundo é amigo de todo mundo... A bizarrice mor desse aniversário foi que o pessoal do Gracinha tinha combinado entre si, sem me avisar, de que seria festa do pijama... e foi a coisa mais divertida do mundo!! Meus amigos que não eram do Gracinha pegaram pijamas emprestados lá em casa, e foi demais.
Os 17 anos foram um almoço em um belo domingo ensolarado, lá no apê, e para mim naquele aniversário as estrelas principais eram os amigos da Inglaterra, que vieram em peso - o que fez com que eu mal desse atenção pros amigos do Gracinha, pros primos, e etc. Mas foi delicioso do mesmo jeito.
Meus 18 anos, em anozinho traumático, foram demais. Estava saindo do Gracinha, tinha largado o cursinho, minha mãe estava com câncer, fazendo mil cirurgias e mil tratamentos... daí eu ia na pré-estréia de um filme com o Alec Baldwin com a Laís, só que a gente tinha que se arrumar na casa dela antes, e depois passar na minha casa para a minha mãe aprovar o look. Quando entramos na minha casa, qual não foi minha gigantesca surpresa: todo mundo estava lá!!! E eram tantos os amigos... eram muitos e muitos e muitos!!! Minha mãe, sabendo que eu estava tristoinha naquele ano, arranjou forças sei lá de onde, para organizar uma festona surpresa pra mim. Foi demais. Minha única festa surpresa até agora, mas demais meeeeesmo!!
Os 19 anos foram uma loucura. Primeiro ano de PUC, vivi na pele bem aquele amadorismo de bichete. Passei nos intervalos distribuindo papeizinhos com os dizeres: "Festa da Mari Chammas, dia tal, hora tal, endereço de casa, bebida de graça". Era de uma quarta pra uma quinta. Minha casa encheu de gente de um tanto que tinha fila pro banheiro, fila pro elevador... isso tudo e meu pai tentando dormir pra ir trabalhar no dia seguinte, meu irmão tendo que ir pra escola no dia seguinte, e minha mãe notívaga master acordadona conversando com todo mundo. Daí teve gente que se trancou no meu quarto e meu pai foi bater na porta... e quando acabava a bebida eu acordava meu pai pra ele ir comprar mais se não as pessoas iam embora... e miiiiiiiiiiiiiiiiil pessoas que eu nunca vi na vida... e todo mundo falando, bebendo, sentado no chão, arrastando os móveis... Lá pelas 5 da matina, quando meu pai se negou a ir comprar mais 4 caixas de cerveja e duas garrafas de vodka, a festa começou a minguar... No mesmo ano ainda celebrei na 5a, com um bolinho para a família, na 6a fui jantar com amigos do colegial, e no sábado fui na baladinha com os sobreviventes da maratona de aniversários.
Os 20 anos foram no 2o ano de PUC. Um ano difícil, eu estava com uma mega depressão. Teve churrasco do Pedrinho no dia do meu aniversário, o que foi bem gostoso, e saindo de lá passei em casa prum banho e barzinho - foi no Dalí. Dancei "Dancing Queen" com a Lu, paguei mico pra todos os meus amigos e pro bar inteiro, passei a noite inteira delirando que alguma hora por alguma coincidência celestial o Bruno Claudio aparecia por lá. Não apareceu, e eu voltei triste tristonha para casa.
Os 21, jantar árabe no salão de festas, bexigas e amigos e foi muito bom mesmo!!
22 anos e último ano de PUC... comemorei em um domingo após um final de semana muito pauleira: aniver do Rodri na 6a, Camaleão Fest no Estância no sábado, e meu aniversário no domingo. Estava só o pó no meu aniversário, em um barzinho, com a presença de mil queridos do coração. Mas estava tanto o pó, que na 2a indo trabalhar bati meu carro de um jeito muito muito muito feio. Enfim, cousas da vida...
23 anos e primeiro ano sem PUC: jantar árabe no salão de festas de novo, e a vida estava mudando tanto e de um jeito tão rápido... minha amiga das mais lindas do mundo me ligou diretamente de Kathmandu, Nepal. O mocinho que eu estava a fim na época apareceu - com outra mocinha!! Todo mundo com flores por todos os lados - as meninas, com flores no cabelo. Os meninos, com flores na lapela. E vejo flores em você!! A festa foi uma delícia... mesmo com a micro esparrelinha. O dia do aniversário em si foi demais de legal, todo mundo me ligou, e eu - que tinha tido um inferno astral dos piores - me surpreendi com a delícia que é fazer aniversário!
24 anos em um dos melhores anos da minha vida. Não tive inferno astral porque resolvi riscar esse conceito do meu calendário. Meu "Mr. Big" à época me ligou da Argentina para fazer meu aniversário feliz bem no fim da noite, quando eu não achava mais que ele ia me ligar. Teve baladinha da Pucci, festa da IBM, e foi ridiculamente divertido. E teve aniversário do LG no dia seguinte - e eu, só no pique de continuar a celebrar. Na sexta, meu aniversário no Geni - e meudeusdocéu, como eu fiquei bebinha nesse aniversário! Sábado e feijuca na minha avó - emendando ressaca com caipirinha. À noite, ainda levemente alcoolizada, fui descontrolar nas compras e movimentar a economia. E no dia seguinte, ufatch, aniversário com a família e bolinho e dia de segundo turno de eleições e mil discussões políticas acaloradíssimas.
Esse ano só tem como o meu aniversário ser bom. Não existe outra possibilidade. Mas isso depois eu conto. Só sei que esse friozinho na barriga em véspera de aniversário é realmente muito gostoso!!
24.10.07
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Um comentário:
Aiiiiiiiiii que post gostoso!!!!!!!
aiiiiii que fiquei pensando se me lembro dos meus aniversarios!!??
quero fazer um post desses pra mim...pra poder guardar e ler um dia...
bom bolo pra vc hoje e nos vemos por esses dias! e para de ignorar meus e-mails!!!
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