Festa com muita bebida e muita gente.
Os dois, estranhos no ninho, mas ele mais do que ela - as amigas DELA estavam organizando a festa.
Só tinham se falado na entrada, mas o clima estava tenso, e onde ela estava ele não estava. E vice-versa.
Ao longo da semana, parecia que as negociações para retomar o contato estavam sendo bem-sucedidas.
Música alta.
Ele pede dois cigarros. Ela pergunta para quem é o segundo cigarro, já imaginando que era para a menina que estava dando em cima dele. Ele fala que é para a menina do Sul, muito gente fina por sinal.
Sem razão nenhuma de ser, ela solta: "estou absolutamente entregue aos prazeres carnais esses dias". Ele fica abismado, não entende. Ela tem que explicar: "só como, bebo e fumo ultimamente". Ele pergunta: "por que você está me falando isso?? Foi VOCÊ quem terminou o namoro!"
E aí começa a discussão, sem pé nem cabeça, que dá voltas, que só revive o passado, que não pensa em soluções pro futuro, que tem mágoas para demonstrar o amor. Ela é chamada de idiotinha, estupidinha por ele. Ele é violento como forma de expressar a falta que ela faz. Ela só quer demonstrar o amor como forma de expressar a falta que ele faz. Os dois conversam o tempo todo agarrados um ao outro, em uma íntima proximidade, demonstrando a mais profunda saudade, com medo que isso resulte no beijo na boca que não se conhece há tanto tempo.
Os dois sozinhos estão, cada um a seu modo, derrotados. E ao mesmo tempo, tentando levantar.
A conversa não acaba, mas ela se cansa, vira as costas, vai embora - cambaleante. Tanto álcool que ela mal conseguia ficar de pé.
No dia seguinte, ressaca física e emocional se misturam e se alimentam em uma fossa braba. Se ela achava que conhecia o fundo do poço, agora tem certeza que o poço pode ser sempre mais fundo.
Quem disse que final feliz existe?
E fim.
23.9.07
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